
Compactação, solidez defensiva e confiança entre os atletas. Esses são alguns dos conceitos que Mano Menezes pretende colocar em prática no Grêmio a partir de sua estreia na quinta-feira, às 19h, contra o Godoy Cruz, na Argentina, pela Copa Sul-Americana.
O novo técnico tricolor não chega com ideia fixa sobre o modelo de jogo a ser adotado. Pelo contrário. Na entrevista coletiva de apresentação, destacou que é preciso se adaptar às características dos jogadores.
Mesmo assim, indicou algumas práticas as quais entende necessárias para melhorar o desempenho — fator que fritou o último treinador.
Mano adiantou que tomará por base a ideia dointerino James Freitas no Gre-Nal do último domingo, que acabou em 1 a 1, na Arena. A equipe entrou em campo com: Tiago Volpi; João Pedro, Jemerson, Wagner Leonardo e Marlon; Dodi, Villasanti, Edenilson e Monsalve; Cristian Olivera e Braithwaite.
Entretanto, o zagueiro Wagner Leonardo e o lateral-esquerdo Marlon estão fora do duelo da Sul-Americana. O primeiro teve confirmada lesão no quadril que o tirou do clássico ainda no primeiro tempo – e deve ser substituído novamente por Kannemann.
O segundo chegou ao clube depois do encerramento do período de inscrições para a fase de grupos da Sul-Americana. A tendência é que Lucas Esteves, titular com Gustavo Quinteros, reassuma o posto.
— É bom ir dando os passos não tão grandes, mas firmes, para que cada jogo a gente sinta um pouco de acréscimo, de confiança, de estabilidade da equipe. Primeira missão mesmo é dar uma ideia de como nós vamos jogar para os jogadores, para que eles se sintam confortáveis, saibam como se comportar, para que a equipe evolua bem — afirmou.
Defesa e compactação
Um dos pontos de atenção é adefesa.Somadas as últimas três edições do Campeonato Brasileiro (2023, 2024 e 2025), o Grêmio é o time que mais sofreu gols — 116 até o momento. Nesta temporada, o Grêmio levou 24 gols em 21 partidas, com média de pouco mais de um por jogo.
— A equipe precisa saber se comportar bem em todos os momentos do jogo, mas não dá para sofrer três gols por jogo, não dá para sofrer dois por jogo, porque você tem que fazer três para vencer. E é muito difícil fazer três gols numa partida, na paridade que é o Campeonato Brasileiro. Então, é matemático. Uma equipe que faz competição vitoriosa no pontos corridos nunca sofre muitos gols — simplificou o treinador.
Enquanto com Gustavo Quinteros o Grêmio gostava de atuar com linhas altas, isto é, com a marcação adiantada, Mano Menezes tem preferência por segurar esta postura avançada.
— Eu trabalho com as minhas equipes mais posicionadas, não gosto de jogar com linha tão alta. Embora hoje exista uma necessidade bastante grande em determinados momentos você jogar com a linha alta. Mas isso precisa estar muito bem equilibrado para que a equipe esteja sempre mais próxima do resultado positivo que da derrota. Isso é uma obviedade que a gente tem que ter a consciência — acrescentou.
Outro conceito que será enfatizado pelo treinador é compactar o time, para que todos os jogadores estejam próximos uns dos outros.
— Eu acredito muito em posicionamento de equipe. Quando uma equipe está espaçada no campo, é muito difícil ela ter disputa, ela ter briga pela bola. Você está sempre longe. Então, uma equipe bem posicionada, ajuda em tudo, na organização do que ela quer construir — comentou o treinador.
“Quando perde a bola, ela (equipe) está bem posicionada para pressioná-la. E acho que os jogadores gostam dessa ideia, porque eles se sentem mais fortes como equipe. Essa certamente será uma das ideias trabalhadas.”— Mano Menezes, técnico do Grêmio